domingo, 16 de novembro de 2008

OS EFEITOS CONTRÁRIOS AOS POLÍTICOS DE CARREIRA.

Eugênia Lopes (Estadão)
Gente da Mídia leva a melhor !!
Tratados como celebridades pelos ouvintes e espectadores, os radialistas, apresentadores de televisão e artistas que resolvem entrar na vida pública são as meninas-dos-olhos de partidos políticos. Assim como os evangélicos, eles se transformaram em fenômeno eleitoral e passaram a ser assediados pelas cúpulas partidárias, que estão de olho no caminhão de votos que trazem consigo. Afinal, tanto evangélicos quanto radialistas, apresentadores de TV e artistas têm uma tribuna permanente para fazer suas campanhas."Fica muito difícil nós concorrermos com esses caras", diz o deputado Carlito Merss (PT-SC), recém-eleito prefeito de Joinville. "É uma concorrência desigual todo o dia.""Esse fenômeno é uma deformação sintomática do nosso sistema eleitoral. Isso acontece porque o único critério dos partidos é quem tem voto. E isso é um convite a esse tipo de candidato-celebridade", afirma o deputado Custódio de Mattos (PSDB-MG), que foi eleito em outubro prefeito de Juiz de Fora. Em 2004, o tucano perdeu as eleições para Carlos Alberto Bejani (PTB), que é radialista. No meio deste ano, Bejani renunciou à Prefeitura de Juiz de Fora depois de ser preso.O palanque eletrônico permanente dos radialistas e apresentadores de televisão tem causado mal-estar entre alguns políticos. Um dos mais incomodados é o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), que viu seu candidato à Prefeitura de Manaus, o atual prefeito Serafim Correa (PSB), ser derrotado pelo ex-governador Amazonino Mendes (PTB).Para Virgílio, um dos motivos para a derrota de Serafim foi o fato de o vice de Amazonino ser o deputado Carlos Souza (PP), conhecido radialista na Amazônia. "É um absurdo os radialistas ficarem fazendo campanha diariamente, durante os quatro anos que estão no mandato", diz Virgílio, que também reclama do poderio dos donos de repetidoras de televisão nos Estados.O líder tucano quer aprovar uma legislação que proíba os radialistas e apresentadores de televisão de fazer programas no ano que antecede as eleições. "Eles têm de ficar um ano fora do ar", defende Virgílio. "Não vejo motivos para criar uma regra específica para os comunicadores. Então, os líderes religiosos, os advogados e médicos que atendem gratuitamente também têm de se afastar de suas profissões um ano antes", rebate o deputado Flávio Dino (PC do B-MA). Titular por mais de 20 anos de um programa diário de rádio na Região Sul, o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) reconhece que a popularidade como radialista foi essencial para sua carreira política. Ele era tão conhecido que, em 1986, quando se candidatou pela primeira vez a deputado estadual pelo Rio Grande do Sul recebeu tantos votos em Santa Catarina que, na ocasião, seriam o suficiente para eleger três deputados estaduais catarinenses. Na época, a votação era em cédulas de papel, em que os eleitores escreviam o que queriam.
O Senador José Agripino reclama, mas ele também lá no RN, também têm o poder da mídia a seu favor. Como no Ceará, a família Gereissat é dona de todas as afiliadas da Globo naquele estado.

Saiba viver melhor lendo o que outros escrevem para você saber mais do que pensa que sabe.
Pedro Bueno

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