quinta-feira, 20 de março de 2008

NAQUELES TEMPOS, 20 ANOS ATRÁS, NÃO SERIA POSSÍVEL

Hoje vou escrever UM FATO, devido ao que presenciei em um balcão tomando um cafezinho.
Uma das moças que servia no balcão disse para a outra:
Ontem fui a um shopping e entrei no supermercado de lá. Daí meu filho se deslumbrou em ver aquelas belas exposições de ovos e chocolates de um modo geral e me pediu: Mãe, compra um pra mim, compra!
Filho, depois mamãe compra, tá bem? Não posso agora, estou com umas dívidas dos seus cadernos e livros, que tua escola te pediu, se lembra?
Mas mãe, já faz tanto tempo!
A mãe olha para o pirralho e pensa: Será que minha mãe também me negou? Não, mas também nem me levava em Shoppings. Já fazia isso para não me deixar cheia de vontade e também sabia que não poderia fazer isso. Imagina então poder dever na papelaria os meus cadernos e livros? Eu enganava as Professoras dizendo que havia esquecido de levá-los. Ficava a todo o instante pedindo emprestado ao colegas para enganar a quem nunca se sentiu enganada, pois minhas queridas professoras já sabiam que muitas como eu, de fato não teríamos condições de ter tais cadernos e livros. Me perdoe, minhas Professoras, minhas queridas outras mães que me ajudaram eu ser um pouco do que sou.
Mas, voltando ao meu filho, pedi-lhe que escolhesse um que eu pudesse pagar. Engano, os olhinhos dele se encheram de alegria e as lágrimas lhe escorreram pelo seu rostinho e daí, quem chorou foi o meu coração. Pensei: Será que ainda tenho saldo no meu cartão? Vamos correr o risco. Eu havia escolhido para mim algumas coisinhas, como um shampoo dos mais baratos, esmaltes, baton e um peça de langerie.
Chegando no caixa perguntei a meu filho? Filho, você gravou o preço que estava marcado nesse ovo? Olha que ele é do tamanho grande e de maior valor. Vamos ver na hora que a moça registrar.
Minha amiga, continuou a balconista para sua colega: Sabe o que ocorreu? Depois de tudo resgistrado, meu crédito era justo o valor do ovo que meu filho havia escolhido. Que fiz? Tudo que escolhi para mim, deixei para outro dia. Meu filho parece que entendia tudo e me disse: Mãe, no seu tempo em que sua mãe nem te levava nos shoppings para você não ter que voltar triste, hoje, mãe, você pôde me trazer aqui e eu poder sentir uma grande alegria. Sabe mãe, esse OVO NÃO É PRA MIM NÃO, É PARA VOCÊ, MINHA MÃE!