A imagem simples de um executivo de hoje ainda é raríssima. Veja o caso do americano Frank Blake, que há dois anos assumiu a presidência da Home Depot, a segunda maior rede de varejo dos Estados Unidos, com vendas de 77 bilhões de dólares em 2007. Aos 59 anos, Blake passa praticamente despercebido em suas visitas semanais a quatro das 1 970 lojas da rede -onde não chama a atenção nem mesmo de seus próprios funcionários. Aparentemente, ele faz esforço para manter-se no semi-anonimato. Outras de suas características seriam compartilhar decisões e ouvir sugestões.
Hoje, os gerentes das lojas da Home Depot têm autonomia, por exemplo, para escolher quais produtos entram em promoção, já que conhecem mais a fundo os costumes dos consumidores locais. Sua postura diverge do tom centralizador de seu antecessor, Robert Nardelli (hoje à frente da combalida Chrysler), um executivo formado na GE e considerado até poucos anos atrás uma estrela do mundo corporativo.
Demitido em janeiro de 2007, Nardelli havia recebido uma bolada de 38 milhões de dólares no ano anterior - embora as vendas no último trimestre de sua gestão tivessem caído 5%. Blake tem remuneração equivalente a 25% dos rendimentos de seu antecessor, mas acumula resultados um pouco melhores. Nos seis anos da era Nardelli, o índice Dow Jones se valorizou quase 30%, enquanto os papéis da varejista mantiveram-se estáveis. Desde o ápice da crise financeira global, em setembro, suas ações caíram 20% - desempenho ligeiramente melhor que a queda de 21% do índice Dow Jones.
É possível relacionar o temperamento de Blake aos resultados da Home Depot? Isoladamente, não. O fato é que, após tantos escândalos envolvendo altos executivos, perfis como o dele vêm sendo cada vez mais valorizados.
Apesar de tudo, o Brasil tem crescido.
Que os ciganos da nossa economia errem sempre, como agora.
Hoje, os gerentes das lojas da Home Depot têm autonomia, por exemplo, para escolher quais produtos entram em promoção, já que conhecem mais a fundo os costumes dos consumidores locais. Sua postura diverge do tom centralizador de seu antecessor, Robert Nardelli (hoje à frente da combalida Chrysler), um executivo formado na GE e considerado até poucos anos atrás uma estrela do mundo corporativo.
Demitido em janeiro de 2007, Nardelli havia recebido uma bolada de 38 milhões de dólares no ano anterior - embora as vendas no último trimestre de sua gestão tivessem caído 5%. Blake tem remuneração equivalente a 25% dos rendimentos de seu antecessor, mas acumula resultados um pouco melhores. Nos seis anos da era Nardelli, o índice Dow Jones se valorizou quase 30%, enquanto os papéis da varejista mantiveram-se estáveis. Desde o ápice da crise financeira global, em setembro, suas ações caíram 20% - desempenho ligeiramente melhor que a queda de 21% do índice Dow Jones.
É possível relacionar o temperamento de Blake aos resultados da Home Depot? Isoladamente, não. O fato é que, após tantos escândalos envolvendo altos executivos, perfis como o dele vêm sendo cada vez mais valorizados.
Apesar de tudo, o Brasil tem crescido.
Que os ciganos da nossa economia errem sempre, como agora.