
A bancada ruralista no Congresso Nacional, impôs no dia 06/8, uma tremenda derrota à equipe econômica do governo ao derrubar à metade os juros que vão corrigir as dívidas agrícolas, que estão na Dívida Ativa. Ninguém é contra o pequeno agricultor, mas na verdade quem realmente se beneficia desses golpes são os grandes ruralistas que estão lá no Congresso Nacional.
Não é atoa que mais de 117 deputados são da área rural ou parentes bem próximos de gente da área rural. Esses devem ser uns 40 ou 50, que faz com que a base ruralista seja bem atuante e o governo muitas vezes se submete a eles pois têm muitos projetos que necessitam de aprovação. Percebe-se aí uma boa moeda de troca.
Vejam que pegam empréstimo a juros de 6,5%, não pagam, rolam e agora querem que esse mesmo juro seja de 6,35% e não como manda a lei que se cobre 13% , taxa selic, conforme ocorre com qualquer cristão de outra atividades.
Em 25 de maio passado, escrevi alguma coisa sobre o poder dos ruralistas.
O fato é o seguinte: De uns anos para cá, o governo descobriu uma forma de ajudar os mais pobres criando a chamada "Bolsa família" e pôs em prática. Isso veio dar uma outra dimensão à nossa economia, principalmente lá no norte/nordeste, onde cresceu mais que em outros centros.
Bem, estive em julho numa cidade de Minas Gerais, onde a agricultura/pecuária está nas mãos de 95% de pequenos proprietários e os outros 5% nas mãos dos grandes em matéria de café. Mesmo sendo pequenos se portam com grandes. É que ficou as raízes de tempos em que haviam poucos proprientários e era grande as áreas de terras, mas com o passar do tempo, as heranças sendo dividas e dai devido a prole ser grande, sobrou pouca terra para cada um e menor ainda com a 3ª geração. Lá não há necessidade de se fazer uma reforma agraria, pois naturalmente essa já foi feita.

Voltando ao primeiro assunto, sem muita discussão, disse que esses mesmos proprietários de hoje, que a maioria tem suas terras advindas de heranças, e não se lembram ou fogem do assunto quando alguém diz que todos os anos o governo (todos) lhes dão uma "Bolsa agricultura". Pegam empréstimos com juro barato e se não quitam vão para a Dívida Ativa e depois renegociam a perder de vista ou até mesmo alguns são perdoados por algum fato da natureza. Se esquecem que todo ano é aquela ladainha: Rolagem da dívida. Têm como exemplo quando governos iam ao FMI. Isso até poucos anos passados, nos antigo governos. O FATO É QUE HÁ MUITO O GRANDE RURALISTA JÁ TÊM SUA "BOLSA" E NÓS É QUE AJUDAMOS A PAGAR OS CUSTOS. O grande agro-negócio não vive sem ajuda governamental.
O pequeno agricultor é que precisa de mais amparo, mas apesar de que, tudo que se faz para o grande, sempre sobra um pouco para o pequeno. Esse sempre apoia as empreitadas dos grandes ruralistas que estão no Congresso.
O fato é que, se a maré dos lucros é boa é deles. Quando vem prejuízos o problema é do governo, ou seja: de nós que não vivemos da agricultura.
Não são poucos que não gostam de tocar no assunto do antigo IBC, ou seja: Instituto Brasileiro do Café. Quantos se enriqueceram as nossas custas!
Claro que não podemos desejar a desgraça da agricultura, mas na verdade desde o descobrimento do Brasil essa atividade sempre "mamou nas tetas do governo".
Ouçam Miriam Leitão, clicando no título.
Saiba viver melhor lendo o que outros escrevem para você saber mais do que pensa que sabe. Pedro Bueno
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