sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

COMO RAQUEL ESCREVERIA HOJE?

Cabe a análise de cada um e, principalmente, dos que vivenciaram aqules tempos.
O Cruzeiro - 15 de setembro de 1970.
Gôsto de Brasil
Rachel de Queiroz
Aproximam-se as eleições parlamentares e o país todo é uma grande interrogação. Embora eu ainda não acredite que a resposta das urnas já seja, pròpriamente, uma resposta à obra dos homens do 31 de março. O prazo decorrido ainda foi curto, com tantas interrupções pelo meio. Nota-se contudo que há no povo uma grande sensibilização que só se pode chamar de patriótica: um interêsse nôvo pelo Brasil, um gôsto de dizer o nome do Brasil, de falar que é brasileiro, de usar a bandeira, de pintar as coisas de verde e amarelo, de sentir o Brasil grande. Talvez o elemento desencadeador dessa euforia tenha sido o resultado da Copa do Mundo; mas o interessante é que a euforia não passou, mesmo depois de passadas as comemorações do feito esportivo.
Acho que, essencialmente, todos os brasileiros estávamos cansados da estagnação no subdesenvolvimento, do sentimento de sermos irremediàvelmente pobres, pregados no atraso e na desordem de um país de segunda classe. Estávamos ansiosos por qualquer coisa que levantasse o orgulho nacional. Estávamos fartos da esterilidade da contestação e do protesto. Digo isso quanto à maioria, que os grupos minoritários, todos sabem, são um caso à parte; e, afinal, quem conta é a maioria.
Vejam-se, por exemplo, os homens do show-business, que têm as antenas sempre orientadas no sentido das preferências populares. Êles abandonaram decididamente a contestação e o protesto, que até bem pouco tempo eram a tônica de qualquer espetáculo, às vêzes metidos à fôrça, com propósito ou sem propósito, até mesmo quando o texto não dava pé. E não se diga que êsse abandono do protesto é obra da censura, pois mesmo nos momentos de censura mais severa há meios de chegar até ao limiar do permitido e insinuar ou dizer entre linhas o que abertamente não pode ser dito. Acontece é que evidentemente o público já não prestigia os shows de protesto; não vai ver, não compra entradas. Os letristas da MPB sintomàticamente deixam de falar só em irmão, em paz, em mão aberta, em guerra, em fome, em sangue e demais chavões do cancioneiro contestatório. A onda do Patropi continua crescendo; o êxito do País Tropical ainda não sofreu colapso, pelo contrário, vai sempre em maré montante, já agora através dos imitadores, pois só se imita o que está de cima.
Afinal, o povo não é cego nem é burro. E o povo está vendo que os homens trabalham, e lhe entram pelos olhos os bons resultados dêsse trabalho.
A situação econômica, entre outras coisas, está na cara, para quem quiser enxergar. O contrôle da inflação, que parecia impossível, hoje já se considera conquista assegurada. A exportação cada vez maior e mais diversificada, as marcas “Indústria Brasileira” ou “Made in Brazil” espalhadas pelas sete partes do mundo. Os problemas da educação sendo enfrentados - e na maioria resolvidos ou em caminho de resolução. Essas obras, pontes e estradas e cais e hidrovias e escolas e usinas elétricas se expandindo por tôda parte. O tal de Produto Nacional Bruto, a entidade mística dos economeses, êsse, mesmo os técnicos mais pessimistas já não podem esconder que cresce a olhos vistos, queimando as estatísticas. Até Mr. Herman Kahn deixa de futurar para nós apenas miséria e indignidade e nos tira amàvelmente do fim da fila para um lugar muito melhor.
Mas o bom mesmo é o cheiro de madrugada que se sente por tôda parte. Um gôsto de deixar que os meninos cresçam. Uma confiança, uma segurança novas, como se de repente houvéssemos descoberto que nem tudo está perdido ou, pelo contrário, que nada está perdido. Que a terra é bela e é nossa e quem tinha razão era mesmo o escrivão Caminha: em se querendo plantar, dar-se-á nela tudo.

O Cruzeiro on line é um trabalho de preservação histórica do site Memória Viva
Apesar de tudo, o Brasil tem crescido.
Que os ciganos da nossa economia errem sempre, como agora.

LIBERADADE E UM SONHO

um aprendizado académico. Ou se sujeitam ou sucumbem!

No momento não tenho na memória os que já foram alijados e hoje vivem no ostracismo ou estão no subemprego eEu havia escrito em janeiro de 2007, mas soemtne em dezembro daquele ano coloquei no meu blog e agora reepito, pois é sempre um assunto atual

Terça-feira, 18 de Dezembro de 2007
LIBERDADE E UM SONHO
"Liberdade" têm-se de várias maneiras, sendo que uma delas a de Jornalista.
Quando há, reclamamos quanto ao poder da imprensa, principalmente quando ela acintosamente impinge certos conceitos e por isso ela é recriminada, e chamada a ter uma resposta a algum questionamento, logo aparece um jornalista através de sua Coluna, a fazer defesa do direito de opinião, sem deixar de usar e mencionar o usado jargão de "liberdade de imprensa".

Um Jornalista deve sofrer muito no seu íntimo por não poder demonstrar completamente sua opinião pessoal. A maioria têm um compromisso com seu empregador e por isso fica preso aos interesses e opiniões do seu patrão, no caso o dono da empresa jornalística. Seus interesses comerciais não podem ser contrariados e assim sendo, o Jornalista deve externar tão somente os interesses de quem lhe dá trabalho. A sua opinião fica em segundo plano. Há aqueles que comungam com as mesmas ideias de seu empregador.

Na TV, sente-se a mesma coisa. Os apresentadores e comentaristas fazem um jogo de cena como que se aquilo que estão dizendo são opiniões suas e também da emissora. Fato que nem sempre combina com o que pensam. Basta o telespectador observar.

Quando uma autoridade seja de que nível for, quando emite uma opinião ou apresenta um novo plano de trabalho a ser desenvolvido, a ação de análise da retaguarda da emissora de TV e Rádio, ou mesmo qualquer outro meio de comunicação contrário, já está agindo e declinando o que os Colunistas ou Comentaristas devem explanar para seus leitores, ouvintes e telespectadores. Parte do público imagina que são os Jornalistas que emitem suas opiniões. Muitas das vezes coincidem, mas na maioria das vezes não. Outros podem ter sua opinião própria, mas são poucos.

Pobre Jornalista ou apresentador. Tem que fazer um esforço tremendo para cumprir o seu papel. São treinados para isso e daí escreverem ou apresentarem de forma contrária aos seus pensamentos. Por se tratar de uma área muito restrita e as vezes para até sobreviverem se sujeitam, contrariando m órgãos de menor evidência. Ainda bem que ainda temos os valentes e livres para dizer para seu público aquilo que realente é
Apesar de tudo, o Brasil tem crescido.
Que os ciganos da nossa economia errem sempre, como agora.

MEIRELLES AGORA NÃO É O MAIS QUERIDO

Há ainda quem faça a defesa do Presidente do Banco Central.O fato que muitos defenderam até bem pouco tempo, tudo que o Banco Central fazia, somente faltando dizer que a economia estava crescendo acima dos 5% graças as tomadas de decisões de Henrique Meireles. Parecia até que ninguém trabalhava no governo, somente ele. Mas como as coisas agora estão mudando de rumo e os empresários estão sofrendo mais ainda com os juros altos e op cunsumo deu uma queda, muito normal nessa época do ano agora estão reclamando muito, eis que os que defendiam o Banco Central agora estão lhes virando as costas. Não me lembro qual das instituições, mas Henrique Meirelles recebeu título do Homem do Ano.


Apesar de tudo, o Brasil tem crescido.
Que os ciganos da nossa economia errem sempre, como agora.