terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Se Obama pensa que seja o Salvador....

Conversa Fiada
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Fabíola Leoni
O dia da posse
Exclusivo
“Se Obama acreditar na imagem do ‘salvador’, provavelmente teremos outro péssimo presidente americano”20/01/2009

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Terça-feira, 20 de janeiro de 2009. Barack Hussein Obama se torna o 44º presidente dos Estados Unidos da América, pelo Partido Democrata. Após meses de campanha, venceu as eleições e garantiu a uma multidão, na cidade de Chicago, que a mudança chegou ao país. Crise financeira global, guerras, aclamações mundiais envoltas de esperança por um governo de transformações pelo primeiro presidente negro da História dos Estados Unidos.
Em entrevista exclusiva ao site Opinião e Notícia, o professor do Departamento de História da PUC-Rio e da Universo, Maurício Parada, discorreu sobre a convocação da equipe de Obama, os passos do novo presidente, as relações com o Oriente Médio, as dificuldades que o governo enfrentará e a imagem "salvacionista" do futuro presidente.
O&N: Liberação de pacotes, fechamento de Guatánamo. Antes mesmo da posse, Obama já mostrou novidades. Mas, para a equipe, escalou nomes do governo Clinton. Entre outros, Hillary Clinton e Rahm Emanuel, um dos principais assessores do último governo democrata. Além disso, Robert Gates, o secretário de Defesa de Bush, permanecerá no cargo. O que esperar de um presidente que sugere transformações, mas que escalou uma equipe já experimentada em outras administrações? Será que, dessa forma, ele conseguirá promover as mudanças prometidas?Maurício Parada: A expectativa de mudança gerada durante a recente campanha presidencial americana deve ser colocada agora em uma nova perspectiva. O discurso de campanha é, necessariamente, diferente do discurso de um governo eleito que, obrigatoriamente, tem que se defrontar com os limites impostos pelas forças políticas existentes. Não é, portanto, espantoso que a palavra mais usada pelo presidente eleito e sua equipe seja "pragmatismo". Teremos mudanças na política externa americana, na política de saúde, na política ambiental, na política econômica etc. Mas todas obedecendo a um certo pragmatismo. Ou seja, não haverá mudança em posições consolidadas e entendidas como consensuais dentro da comunidade política americana. Podemos ver isso nas respostas dadas no Senado pela futura secretária de estado Hillary Clinton acerca da política externa americana. Novas perspectivas de diálogos com Cuba, América Latina e mesmo a Coréia do Norte. A ênfase na diplomacia em detrimento da força militar na solução de conflitos e o afastamento do unilateralismo do período Bush para o tratamento de problemas globais. No entanto, o "pragmatismo" está presente na forma do apoio a Israel, a manutenção da luta contra o terrorismo e as censuras ao Irã. Creio que esse será o procedimento do governo Obama em todas as áreas: mudança pragmática.
Apesar de tudo, o Brasil tem crescido.
Que os ciganos da nossa economia errem sempre, como agora.