quinta-feira, 16 de outubro de 2008

MAIS UM ADVINHÃO NA PRAÇA - SR.CÉSAR MAIA

Contra fatos não se nega. Que o Sr. César Maia foi bom Secretário de Finanças no governo de Leonel Brizolla, isso foi. Que seu primeiro mandato como prefeito do Rio, também não se pode negar. Mas.... do jeito que ele agora está escrevendo, provavelmente tomará o lugar de Miriam Leitão. Os comentários serão sempre os mesmos: que o crescimento do próximo ano cairá pra x%. Que os efeitos da alta taxa da selic irá influenciar nas vendas à crédito a partir do 2º semestres. Assim será como de sempre: mais um economista a fazer ADVINHAÇÃO! Essa é a minha opinião.
Ex-Blog do Cesar Maia 16/10/2008------------------------------------------------------------------------------------------A CRISE FINANCEIRA, A POLÍTICA E OS MANETES!1. Economistas usam uma analogia biológica para explicar a relação entre o sistema financeiro e o produtivo. Dizem que o sistema financeiro é o sistema sanguíneo da economia. Outros preferem uma linguagem agrícola, dizendo que é o sistema de irrigação da economia. De uma ou outra forma, se o sistema sanguíneo está doente ou a irrigação não ocorre satisfatoriamente, a economia toda, no mínimo estará doente, ou a safra será muito baixa.2. O governo federal procura alardear otimismo falando que aqui as coisas serão diferentes. Mas se a bolsa despencou, alguns pequenos bancos ficaram insolventes, a liquidez interna sofreu uma forte contração e o governo federal mandou liberar o redesconto e baixou uma medida provisória que tem o sabor de uma lei delegada para intervir no mercado financeiro, é evidente que o sistema sanguíneo ou de irrigação, interno, já foi atingido e a economia já o está sendo.3. A resultante todos sabem: a taxa de crescimento em 2009 e 2010 será bem menor do que a projetada nos projetos de lei de diretrizes orçamentária e de orçamento. Há uma hipótese entre analistas, que ficará entre 2% e 3%. No entanto há que se ver o que significa isso. Quando uma economia cujo PIB é de 100, cresce, suponhamos para raciocinar de forma simplificada, 1 ponto aritmético por mês, em janeiro o PIB será de 101, em fevereiro de 102... até dezembro quando será de 112. O PIB desse ano teria alcançado 1.278.4. Se a economia entrar em dezembro em recessão e parar de crescer, esses 112 de PIB ficarão iguais todo o ano seguinte e o PIB será de 1.344. Mas as estatísticas divulgadas dirão que houve um crescimento de 1.344 / 1.278 ou mais 5,16%. Essa informação estatística nada terá a ver com o que sentem as empresas e as pessoas. Por exemplo, a taxa de desemprego aumentará, pois novas gerações estarão entrando no mercado de trabalho. Se a economia está parada de fato e como o crescimento é uma média entre setores, alguns estarão decrescendo, desempregando, reduzindo a produção, com todo o multiplicador incorporado sobre outros setores.5. Quando se faz um prognóstico de que a economia brasileira vai crescer em 2009 à taxa de 2,5%, na verdade se está dizendo que comparando a economia de 2009 com dezembro de 2008, ela estará parada e em forte recessão com todas as seqüelas sociais e fiscais.6. Os elogios à gestão monetária responsável do governo Lula deve passar pela análise política. Uma coisa é ser responsável em início de governo, longe da eleição. Outra é uma recessão em final de governo. Em 2005/2006 a economia estava dentro de um ciclo de crescimento num patamar de 5%. As afirmações de responsabilidade monetária eram fáceis de serem feitas. Outra é viver num quadro de crise e recessão.7. O governo FHC pode ser elogiado por quase tudo. Mas certamente não é o caso da gestão da política econômica em 1998. As irresponsabilidades -cambial e fiscal- foram ao limite. FHC ganhou a eleição, mas a economia estourou em seu segundo mandato.8. Nessa crise financeira com os mega-pacotes de ajuda aos bancos, analistas nos EUA se perguntam por que o governo Bush deixou o Lehman quebrar? Um deles disse: um erro grave pela proximidade da eleição. Imaginavam que não daria tempo de contaminar o sistema, afirmariam a natureza liberal da política econômica, mostrando ao povo que os poderosos também quebram e manteriam até as eleições o Iraque e a política externa no centro do debate, com uma vitória fácil e previsível para McCain.9. Mas "não se havia combinado com o adversário", para lembrar Garrincha. A contaminação veio à vista, o sistema entrou em colapso, se adotou um keynesianismo nunca visto, a agenda eleitoral veio para dentro e McCain derreteu.10. O que farão Lula e seus pelegos distribuídos pela máquina com remunerações explosivas e poder ilimitado? Entregarão a rapadura à oposição? Quem terá coragem para arriscar e ir empurrando com a barriga e ver se Deus ajuda e se chega às eleições de 2010? E o que se fará em final de governo, com o desemprego aumentando, empresas quebrando ou reduzindo a produção, o superávit comercial externo desabando em função dos preços das commodities, o câmbio subindo...? Simplesmente se mantém a responsabilidade monetária e fiscal e se faz tudo certo por amor à Pátria?11. O cenário político que este Ex- Blog projeta é o governo tentando manter o crescimento a qualquer custo, ampliando o déficit fiscal nominal, a turma da fazenda e do banco central sendo chamadas para uma conversinha política e a demanda sendo irrigada de qualquer forma para que a taxa de crescimento não caia para menos de 3%. O resultado -na melhor hipótese- será a inflação subindo bem além dos patamares recentes. E na pior hipótese, o nosso conhecido processo de estagflação.12. Se com FHC e Malan se fez assim, imaginem com Lula e Mantega! Apertem os cintos e esperem as festas juninas de 2009 e terão a certeza que será assim. E previnam-se "hedgeando" as irresponsabilidades fiscais e monetárias que virão e a inflação em alta. E cuidado, pois os manetes ("remember" o desastre de Congonhas) podem estar na posição invertida.empresas quebrando ou reduzindo a produção, o superávit comercial externo desabando em função dos preços das commodities, o câmbio subindo...? Simplesmente se mantém a responsabilidade monetária e fiscal e se faz tudo certo por amor à Pátria?11. O cenário político que este Ex- Blog projeta é o governo tentando manter o crescimento a qualquer custo, ampliando o déficit fiscal nominal, a turma da fazenda e do banco central sendo chamadas para uma conversinha política e a demanda sendo irrigada de qualquer forma para que a taxa de crescimento não caia para menos de 3%. O resultado -na melhor hipótese- será a inflação subindo bem além dos patamares recentes. E na pior hipótese, o nosso conhecido processo de estagflação.12. Se com FHC e Malan se fez assim, imaginem com Lula e Mantega! Apertem os cintos e esperem as festas juninas de 2009 e terão a certeza que será assim. E previnam-se "hedgeando" as irresponsabilidades fiscais e monetárias que virão e a inflação em alta. E cuidado, pois os manetes ("remember" o desastre de Congonhas) podem estar na posição invertida.

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