sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A imprensa se calou e até elogiou.

NOME AOS BOIS
Quem são os vilões da crise
Por Luciano Martins Costa em 28/1/2009
Comentário para o programa radiofônico do OI, 28/1/2009
A Gazeta Mercantil publica na primeira página da edição de quarta-feira (28/1) a reprodução de uma reportagem curiosa do jornal britânico The Guardian sobre a crise financeira internacional.
O texto, que foi praticamente ignorado pela chamada grande imprensa brasileira, traz o resultado de uma pesquisa sobre os vinte e cinco principais responsáveis pela crise financeira que abala o mercado global. Entre investidores, governantes e ex-governantes, autoridades monetárias dos Estados Unidos e da Inglaterra, destacam-se banqueiros e executivos de Wall Street. Não há qualquer citação às responsabilidades da própria imprensa.
Se, entre os critérios para julgar as responsabilidades, foi incluída a omissão, como no caso das autoridades que acompanhavam o crescimento explosivo dos investimentos em fundos sem lastro, os jornais deveriam se incluir entre os culpados. Se pretende apresentar-se como fonte credenciada para a formação de opiniões e a tomada de decisões de seus públicos, a imprensa também precisa assumir, como contrapartida, o risco dos diagnósticos mal formulados e dos climas emocionais que o noticiário produz.
Afinal, quem toca o berrante produz o chamado efeito-manada nos mercados?
Boa pergunta
Se a imprensa não deu repercussão à pesquisa sobre os culpados pela eclosão da crise, pelo menos os jornais de quarta-feira (28) apontam alguns dos responsáveis pelas dificuldades em reduzir os seus efeitos, ao menos no Brasil.
Está nas primeiras páginas dos principais diários: os bancos brasileiros aumentaram pela sexta vez seguida o spread cobrado nas operações de crédito.
O spread é a diferença entre o custo do dinheiro captado pelo banco e o valor que cobra para emprestar a seus clientes.
O sistema financeiro foi beneficiado por um pacote de medidas recentes do governo, mas não repassou esse benefício aos clientes. Pelo contrário: os bancos estão aproveitando a crise para rechear seus cofres e reduzir seus próprios riscos, transferindo-os para a clientela.
A imprensa noticiou na quarta-feira os dados divulgados pelo Banco Central, mas, curiosamente, não se localizam editoriais e artigos indignados contra a atitude dos bancos, como acontece normalmente quando os jornais discordam de decisões do governo.
Por que será?
Basta ver as crítcas que alguns colunistas faziam ao governo, até fazendo comparações com o Haiti. Que diz a Miriam agora? Muda de assunto.
Apesar de tudo, o Brasil tem crescido.
Que os ciganos da nossa economia errem sempre, como agora.

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