sexta-feira, 31 de outubro de 2008

QUEREM MESMO É LEVAR PÂNICO À POPULAÇÃO


São Paulo 31/10/2008 - 19:31 No fundo há é outros interesses: O de deixar a população amedrontada.
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Estadão e Globo usam personagens para aproximar a crise da população
31/10/08
A editora de Economia do Estadão, Cida Damasco, e a editora de O Globo, Cristina Alves, destacam o uso de mais personagens nas reportagens para aproximar os efeitos da crise financeira à população. “Para falar do mercado acionário, por exemplo, é muito melhor você conversar com uma pessoa de carne e osso, que esteja passando por essa situação”, disse Cida.Cristina também acredita que mostrar a crise econômica com a “vida real” é muito mais fácil. A editoria cita um caso recente: uma noiva que deixou de comprar a aliança e adiou o casamento por causa da alta do ouro. “Estamos mostrando como a crise afeta a vida das pessoas, os investimentos, a planejada viagem ao exterior, a dívida com o cartão de crédito”, afirmou.Para a editora do Estadão, encontrar personagens na matéria é uma forma de dar um tempero, de “não repetir mais do mesmo, de uma crise que se alastra”.Ambos – Estadão e Globo – usam ainda recursos como a intensificação de matérias de correspondentes internacionais, artigos de colunistas e infográficos. No Estado, dois repórteres nos Estados Unidos e correspondentes em Genebra, Argentina, China e Paris fazem a cobertura. No Globo, além da equipe de correspondentes, há um enviado especial para a Islândia, Fernando Duarte. Os dois diários estão mobilizando jornalistas internamente, de outras editorias, dependendo da necessidade, mas não contrataram mais profissionais ou criaram uma "editoria da crise".Cida deu um destaque especial para as entrevistas de perguntas e respostas – recurso do Estadão. Cristina fala das capas mais “leves” de O Globo. Um dos infográficos desta semana foi um cheque estilizado do Federal Reserve, o banco federal dos Estados Unidos, para o Brasil, além um debate hipotético entre acadêmicos que defendem John Keynes, economista britânico a favor do controle do Estado pela economia, e Milton Friedman, economista americano que defendia a liberdade dos mercados, sem a participação do Estado.A visão da economista do IpeaAna Paula Higa, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, ligado ao governo federal, diz que os jornais e a mídia em geral têm dado destaque para a crise econômica, e dá uma sugestão: “Talvez pudessem explorar de forma mais profunda as origens da crise financeira internacional para que o público possa compreender de forma mais abrangente como estes fatos repercutem”, disse.A economista do Ipea afirma que os jornalistas estão mais bem informados em economia, devido à importância que o Brasil alcançou no cenário mundial nos últimos anos. “Acredito que a compreensão do tema se ampliou na sociedade e atualmente não se restringe apenas à discussão de especialistas e acadêmicos. Um número maior de pessoas se interessa pelo assunto e percebe como os fatos econômicos afetam o seu dia-a-dia”.A visão da leitora do Estadão
Cecília Miyazaki, leitora do Estadão há 29 anos, considera “muito boa” a cobertura do jornal. “Todos os dias eu separo o caderno de cotação da Bovespa, para acompanhar as empresas de que tenho ações”, exemplifica. Para a analista de sistemas aposentada, o Estado tem uma cobertura completa, com bastantes artigos e entrevistas com “pessoas de peso” da economia. “Você não precisa ficar procurando (informações) em outros jornais ou revistas”, disse.Nos últimos dias, no entanto, Cecília não quis fazer uma leitura mais apurada do jornal. Não pela qualidade do diário, mais pelo “peso” das notícias para quem tem 50% de suas economias investidas em bolsa. “Não quero ver a situação, apesar de o meu computador ficar ligado o dia todo”, disse a leitora do Estadão. O que o jornal poderia fazer para ajudar os investidores? Cecília diz que a mídia nada pode fazer. “Atualmente, não tem como ajudar. Não sabemos onde esta crise vai parar”, afirmou. Assim como Cecília, a editora do Estadão acredita que as pessoas passaram a se importar mais pelo caderno de Economia por causa da crise. “A crise desperta um enorme interesse se tiver a ver com a vida das pessoas, pela variação do salário ou possibilidade da perda de um emprego. Por quanto tempo este interesse vai permanecer, depende da forma como os jornais vão fazer para cativar esse público daqui para frente”, disse Cida Damasco.Fonte: Comunique-se

Saiba viver melhor lendo o que outros escrevem para você saber mais do que pensa que sabe.
Pedro Bueno

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