segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Acho que o medo é do PSDB e do DEM

Enviado por Lucia Hippolito -
23.1.2009
6h44m

Aécio no PMDB
Que vantagem Maria leva
Muito se tem especulado sobre uma possível troca de partido pelo governador Aécio Neves. Sairia do PSDB e iria para o PMDB. Partido de seu avô Tancredo, lembram sempre.
Isolado no PSDB, sem condições de se opor à escalada aparentemente invencível de José Serra rumo à candidatura tucana às eleições de 2010, Aécio trocaria o partido pelo PMDB.
Dono de estratosféricos patamares de popularidade em Minas Gerais, segundo colégio eleitoral do país, com importantes alianças em estados estratégicos no Nordeste, Aécio levaria para o PMDB um dote irresistível.
Do lado do PMDB, finalmente o partido teria encontrado um candidato realmente competitivo. Deixaria de ser esta federação meio descosturada, alcançaria unidade nacional e elegeria Aécio Neves presidente da República, realizando o sonho interrompido com a morte de Tancredo.
Belo plano, não? No papel, ótimo. Mas o papel aceita tudo.
Do ponto de vista prático, há muito mais obstáculos e desvantagens do que se imagina.
Primeiro, o caso de Aécio. Para sair do PSDB a tempo de concorrer à eleição, Aécio teria que estar filiado ao PMDB até 30 de setembro de 2009, como manda a lei eleitoral.
Mas depois da decisão do TSE de que o mandato pertence ao partido, ao trocar de partido Aécio perderia o mandato de governador. Ficaria exposto ao sol e ao sereno durante um longo ano.
E sem a menor garantia de ser confirmado como candidato peemedebista na Convenção Nacional do partido.
(Não vamos nos iludir. Estamos falando do PMDB.)
Tramita no Congresso um projeto de lei que abre uma janela de infidelidade de 30 dias antes do prazo fatal de um ano. Para valer ainda para as eleições de 2010, o projeto precisa estar transformado em lei até 31 de agosto. Mas sequer foi levado ao plenário da Câmara e ainda precisa passar pelo Senado. O tempo é curto.
Digamos que dê tudo certo. Quem garante que o PMDB não vai manter sua própria natureza e não vai abandonar Aécio no meio do caminho, como fez com o dr. Ulysses? Ou ainda mesmo na Convenção Nacional, como abandonou Itamar Franco e Anthony Garotinho?
O que fazer com as pretensões de Geddel Vieira Lima, que quer ser vice na chapa de Dilma Roussef? Ou Sergio Cabral?
Do lado do PMDB, as coisas não são menos complicadas.
Por que correr o risco com uma candidatura própria, se o partido está sempre no poder, ganhe ou perca as eleições presidenciais? Por que assumir um ônus se pode ficar apenas com os bônus?
Desde 1989 o PMDB perdeu todas as eleições presidenciais. E participou de todos os governos. Manda uma barbaridade.
Ocupa ministérios fortes no governo Lula. Ocupa diretorias de estatais. Possui a maior bancada na Câmara e no Senado. Ocupa governos estaduais e capitais. Possui o maior número de prefeitos e vereadores.
Por que esta formidável máquina de poder vai se arriscar a perder uma eleição presidencial?
Pior ainda, por que esta formidável máquina de poder vai se arriscar a vencer uma eleição presidencial, com todas as responsabilidades de governo... e o pote de mágoas que isso acarreta para os derrotados?
Aécio Neves que se cuide.
O PMDB nunca foi de confiança. Com seus defeitos e suas virtudes, é o maior partido do Brasil.
Vença quem vencer, ninguém governa o país sem
Apesar de tudo, o Brasil tem crescido.
Que os ciganos da nossa economia errem sempre, como agora
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